Se você acompanha este blog, já conhece a história do queijo, a importância do leite, sua composição, derivados, etc. Mas nós ainda não falamos da história do pão de queijo, não é mesmo?
O Taquari é das Minas Gerais e, se você também é, já conhece um pouquinho da história do prato que é a cara de Minas e dos mineiros – como o acarajé é para os baianos. Em Minas, não há prosa boa que não seja temperada com café e pão de queijo, pela manhã ou a tarde. Mas há mineiros que comem pão de queijo o dia todo, todo dia!
Isso não quer dizer, contudo, que o Pão de Queijo seja originado de Minas, hein? Não se decepcione, porque foi aqui que ele atingiu seu estado de arte. Esta deliciosa iguaria surgiu nos Andes e se expandiu pelo restante da América do Sul, com ênfase no Paraguai e na Argentina, chegando ao Brasil por volta de 1880, acredita-se que por conta das missões jesuíticas no sul do país e em São Paulo.
Até aí, nada de Minas e dos mineiros. Mas acalme-se: eles modificarão o formato e a composição do pão de queijo para sempre! É que na Argentina e seus arredores, nos países do prata (Uruguai e Paraguai), este prato delicioso tem o mome de “chipa” e tem formato em “U”, enquanto na Colômbia ele é achatado e feito com outra espécie de polvilho (por lá se chama “pandebono”). O pão de queijo equatoriano é o mais parecido com o nosso: se chama “Pandeyuca” e também é feito com polvilho azedo. Mas só em Minas descobrimos o principal segredo do pão de queijo: polvilho de mandioca doce e azedo bem mesclados e, é lógico, a qualidade do queijo utilizado – que só é espetacular porque é mineiro.
Portanto, se os mineiros não criaram essa “iguaria” tão típica, aperfeiçoaram e popularizaram para além das fronteiras do Brasil. O pão de queijo é cultural por aqui, é um orgulho para o povo das Minas Gerais.